14 de setembro de 2012

Associações mudam a realidade de catadores informais

Rosemari Alves, 42 anos, é associada da AAMA – Associação Amigos do Meio Ambiente – há três anos. A associação atua desde 2008 em um pavilhão, na Vila Popular, cedido pelo Projeto TransformAção em parceria com suas entidades fundadoras: Cáritas Arquidiocesana, Congregação de Nossa Senhora, Congregação Missionária Redentorista, Associação Maria auxiliadora e Missionários da Sagrada Família.
Rosemari conta os desafios que enfrentava como recicladora na rua e também as necessidades vividas na associação, entretanto reconhece as vantagens de trabalhar de forma associativa e os benefícios já recebidos com o trabalho.

Como começou o seu trabalho na associação?

            Rosmari: Já trabalhava na mesma profissão daqui, então quando sai da rua já vim pra cá.
Conheci a associação através da minha irmã que já trabalhava aqui na AAMA, agora vai fazer quatro anos que ela trabalha aqui. Então comecei a pensar em começar a trabalhar com as gurias, pois é o que eu gosto de fazer e é o que eu faço.

Você já trabalhava como recicladora, mas trabalhava na rua, como era este trabalho?

            Rosmari: O trabalho era muito sofrido, trabalhava de carrocinha na chuva, no sol, no frio. Era complicado e aqui o trabalho facilitou muito.
           
E sobre o trabalho associativo, quais são as vantagens? E quais os desafios?

            Rosmari: Gosto de trabalhar em grupo e dá mais dinheiro para a gente, minha renda melhorou. Antes eu catava na rua, de carrinho, era sofrido e aqui é melhor. Mas também encontramos dificuldades. Às vezes as pessoas não separam o lixo, mas tentamos organizar, separar o lixo orgânico do reciclado. Na coleta é complicado, pois não tem lugar para o caminhão estacionar e muitos nos xingam, não nos respeitam. As pessoas precisam entender que estamos trabalhando. Mas, com os pontos de coleta fixos já está muito melhor.
Houve tempos em que não tínhamos caminhão e por causa disto perdemos muitos pontos de coleta. No começo vinham apenas três, quatro bolsas de material pra gente separar e a gente ficava sentada, sem trabalho. Teve tempos também que tirávamos por mês R$80,00 cada uma e pensávamos até em fechar as portas e ir embora.
Precisávamos ainda correr atrás da Secretaria do Meio Ambiente para termos o caminhão, mas agora com o caminhão da Codepas melhorou bastante.

E na sua família, dentro da tua casa, houve modificações depois que você conheceu o Projeto TransformAção?

            Rosmari: Moro com minha mãe e minha filha de 11 anos que participa do TransformAção em Arte pela manhã, ela participa das oficinas de capoeira e percussão e isso é muito importante, mudou bastante.

Além da renda, sabemos que a reciclagem é importante para a sustentabilidade ambiental, o que você acha a respeito disto?

         Rosmari: A reciclagem é muito importante para não poluir o meio ambiente. Quanto material tinha jogado na rua e hoje a gente não vê tanto. Percebi que diminuiu a quantidade de papel jogado nas ruas.

           

Nenhum comentário:

Postar um comentário